O
UNIVERSO
É VAZIO
ESTE É UM UNIVERSO DE EXTREMOS E FARTAMENTE PESSIMISTA,
onde o ser humano não tem mais salvação. É um mundo onde as maiores sociedades estão isoladas, enquanto grupos de sobreviventes criam pequenas comunidades perdidas entre territórios devastados. E, apesar de naves e robôs gigantes, o controle destes está nas mãos daqueles com mais poder, que não estão dispostos a dividir seus brinquedos.
A narrativa aqui é claramente punk, indiferente do subgênero, onde discrepantes sociedades estão expostas aos seus próprios sistemas controladores e opressivos, enquanto os personagens labutam para sobreviver em um mundo de cidades devastadas com radiação, robôs e bestas fantásticas.
Inanis. é construído de forma colaborativa entre seis ilustradores que simplesmente assumiram que nesse universo todo tipo de bizarrice é possível. O que resultou em diferentes organismos sociais, paridos individualmente da cabeça cética de cada um e misturados em uma sopa de idéias pós-apocalípticas.
VOCÊ É INSIGNIFICANTE
Essa é a primeira coisa que você precisa entender ao imergir em Inanis. Este universo foi pensado para ser adaptado a diversos sistemas e mídias, todavia, há algo inquestionável: os personagens estão fadados ao fracasso. Um humano médio mal terá condições de enfrentar um robô humanoide comum, quem dera um amontoado colossal de metal do conglomerado Sovereign controlado remotamente. E mesmo longe das I.A.s, em áreas devastadas e tomadas pela natureza, sejamos honestos, este mesmo humano médio tentando sobreviver, não teria muitas condições nem de enfrentar um animal selvagem comum em uma trocação franca.
Agora, imaginemos que este mesmo humano, devidamente armado, enfrentará nesse universo além de animais mutantes, um dragão que teve seu habitat destruído, ou quem sabe uma mente colméia meio orgânica e meio máquina que têm como único intuito consumir tudo a sua frente em nome de Mater Omnium. Admita, nesse universo não há esperanças.
É esse tipo de desilusão que esperamos daqueles que decidiram se aventurar por nossos sítios colapsados. Parte do nosso trabalho, e daqueles que vão narrar ou criar histórias no universo de Inanis., é impedir a sobrevivência dos personagens a todo custo.

NÃO É A TERRA,
mas quase
Não podemos dizer que o universo de Inanis. seja o nosso mundo, afinal a existência de criaturas mágicas e sociedades ficcionais impedem isso, mas ele pode ser encarado como uma visão bizarra de um futuro provável, ainda que irreal. Um futuro distópico e distorcido ao desejo vil de seus criadores. Então, sim, haverá leves semelhanças com nossas questões aqui nesse planeta e nessa época, pois, aquilo que nos rege como sociedade, também está presente em Inanis., ou seja, ganância, poder, credo e sobrevivência.
Em Inanis. as sociedades colapsaram, o status quo foi desfeito, e deles sobraram o desejo mais puro por sobrevivência, seja da máquina, do homem ou da criatura. Desses sobreviventes, alguns tiveram mais sucesso que outros, mas todos encontraram sua maneira de lidar com uma nova organização global, dividida, não integrada, praticamente tribal e espalhada pelos territórios pouco habitáveis que restaram no globo.
Toda a desgraça deste mundo não tem uma mesma origem, mas todas elas se encontram em um acontecimento específico que, no mínimo, intensificou todas as tragédias. Nesse nosso universo ficcional já havia aquecimento global e desastres climáticos em decorrência do mesmo, já havia também escassez de recursos e haviam grupos de pessoas sempre dispostos a levar vantagem sobre outros, haviam I.A.s a caminho de substituírem por completo os humanos, havia exploração e havia também muito boa intenção, que no fim acabava por dar errado… Então, inevitavelmente essa sociedade global caminharia, com seus próprios pezinhos, para uma longa e sofrida destruição causada por ela mesma. Qualquer semelhança até aqui é mera coincidência de futuros distópicos. O que acontece é que na ficção as coisas se desenrolam mais fáceis. Então, caiu um meteoro que acabou com a porra toda - ou pelo menos com boa parte dela.
